Isolamento acústico e térmico, durabilidade e resistência sísmica

As casas de madeira com paredes duplas vêm ganhando espaço no Brasil, assim como nos Estados Unidos, onde existem cerca de 140 mil empreendedores do ramo construtor.

Em geral, o método construtivo com esse estilo de divisórias é menos complexo do que se imagina: pranchas são encaixadas em uma estrutura também de madeira, formando as paredes, com um vão central por onde passam as instalações elétricas. É bastante comum que o banheiro de alvenaria seja construído entre quartos para garantir isolamento acústico.

Uma das vantagens das paredes duplas é conseguir esconder a parte elétrica da residência facilmente. É possível manter abaixo de todo o conjunto residencial os alicerces tradicionais – de concreto – e é comum que a casa fique, em média, 30 cm mais alta do que o solo para evitar umidade, o que irá depender, principalmente, das condições do terreno e do projeto. É importante ressaltar que essas partes de alvenaria devem estar prontas antes da colocação das madeiras.

A manutenção da casa dispensas produtos químicos, tais como pinturas, solventes, derivados de petróleo e tratamentos impermeabilizantes. Basicamente a conservação de toda a moradia é feita com verniz, que protege a madeira naturalmente. Dessa maneira, a casa apresenta menor propensão em causar alergias aos seus habitantes.

Durante o inverno, devido ao natural isolamento térmico que as paredes duplas proporcionam, uma casa pré-fabricada de madeira necessita de menos tempo para atingir a temperatura interior confortável, diferentemente da tradicional casa de alvenaria. Com design sofisticado, é possível transformar um projeto em uma residência visualmente bonita e aconchegante, como é o caso da “Courtyard House on a River”, casa planejada pelo arquiteto Robert Hutchison, nos Estados Unidos.

 Segurança e conforto

Quem opta por paredes duplas nas casas conta também com resistência sísmica, ou seja, uma força mais efetiva contra eventos climáticos, como terremotos ou pequenos tremores, comuns no continente asiático.

O Japão utiliza uma técnica edificação simples para manter a casa firme caso algum desastre natural aconteça. Esse método oriental milenar de adequação das madeiras foi adaptado às necessidades brasileiras. Popularizadas como “casas-sanduíche” na região sul do Brasil, a ideia consiste em uma técnica alternativa de encaixe, assim como se faz no Japão, utilizando a estrutura formada por estruturas de madeira com forração interna. Essas divisórias duplas possuem de nove a dez centímetros de largura, o que forma uma espécie de controle térmico do ambiente.

Além disso, as paredes duplas demandam um baixo custo de climatização do lugar e dispõem de maior tempo de vida útil de construção. É válido lembrar que a madeira estabiliza o grau de umidade dentro da casa, além de ser um isolante acústico natural.

Silêncio!

Alguns ambientes precisam de silêncio total para que nada interfira nas atividades que ali acontecem. Outros precisam de isolamento acústico para que os sons que vêm do interior do cômodo não incomodem as pessoas que estão fora dele. Para pessoas com algum problema de saúde, profissionais da área musical ou adeptos ao estilo home office, o silêncio para descansar ou se concentrar no trabalho é primordial. Logo, as paredes duplas servem como ferramenta para barrar as interferências sonoras externas. É possível, ainda, utilizar isolamento acústico de alta qualidade nas paredes duplas, o que aprimora ainda mais a capacidade de retenção do som, sem interferir na arquitetura da casa.

A madeira possui a característica de absorver as ondas sonoras, gerando o mínimo possível de reverberação de som. Assim, conversas, ruídos e música, não ecoam pelo ambiente e apresentam resultados satisfatórios pela pouca propagação de som ao comportar aparelhos de áudio e vídeo.

Por Caroline Nunes