Devido a sua extensão territorial e ao grande número de reservas florestais era esperado que o Brasil visse na madeira um grande potencial construtivo; no entanto, o número de construções em madeira não equivale ao potencial do país, devido a vários fatores que vão desde a forte tradição em construções de alvenaria, até a falta de valorização da madeira, como material de construção, nos cursos de arquitetura e engenharia.

Ao longo da história brasileira criou-se o hábito de se pensar em construções em madeira como sub-habitação ou construções de pouca durabilidade; isso se deu principalmente devido ao uso de técnicas construtivas inadequadas; além disso, o país possui uma forte tradição de construção em alvernaria de tijolos de barro, herdada da colonização portuguesa. As regiões brasileiras de maior destaque no uso da madeira são as regiões sul e sudeste, que, por possuírem abundância de matéria prima_ o pinho do Paraná_, utilizaram a madeira na construção habitacional. Entretanto, em 1905, na cidade de Curitiba, o governo proibiu a construção de casas de madeira nas zonas centrais da cidade. Este fato contribui para gerar no meio técnico brasileiro, o preconceito contra as estruturas em madeira.

Durante a década de 50, o Paraná era conhecido por ser um dos maiores produtores de madeira do mundo, além de suas madeiras serem consideradas de alta qualidades, estando entre as melhores do mundo. Nos anos posteriores, no entanto, poucos exemplos foram projetados considerando todas as possibilidades deste material. Em Curitiba, destacam-se dois projetos nos quais o uso da madeira aproveitou bem o potencial do material: casas dos arquitetos Othelo Lopes filho em 1973 e Osvaldo Navarro Alves em 1977.

No período entre 1980 – 2006 destacam-se os trabalhos dos arquitetos Severiano Mario Porto, na região Amazônica e de Marcos Acayaba, na região sudeste. A madeira como sistema estrutural é empregada pela primeira vez pelo arquiteto – em conjunto ao engenheiro Hélio Olga –  no projeto e construção da residência Hélio Olga,  que terminou de ser construída em 1990. A residência pode ser tomada como um bom exemplo do uso da madeira industrializada na construção civil.

Residência Hélio Olga
Fotos: Nelson Kon